segunda-feira, 18 de abril de 2011

Passado

Lembro-me dos meus tempos aurora
Pernas torneadas, calcinha de rendinha
E cinqüenta contos de reis a hora


 Dona Joaquina

terça-feira, 12 de abril de 2011

Dona Geralda


Vocês conhecem a Dona Geralda
Não! Como não todos a conhecem
Ela é aquela moca que mora ali logo a frente
Ás sete e meia ela sempre passa aqui em frente a minha casa
Ela diz que é o horário de sua caminhada matinal
Puff.. Matinal

Essa baboseira pode até enganar os mais ingênuos
Mas eu não sou tão fácil de se passar pra traz
Seu Anestor um bêbado aqui da cidade me contou um dia
Que essa tal dona sai sempre esse horário é pra voltar pra casa
Pois passa todas as madrugadas no bar
Eu sabia, eu sabia, eu sabia!

Aquela historia de ter uma perna maior que outra nunca me enganou
E quem caminha vestindo um puarré rugge?
Bêbada desgraçada! Eu sempre soube
E mais aos domingos acho que ela vem do bar direto pra missa
Pois  sempre ela vem trajada com uma echarpe no pescoço
E de anéis de outro a vestir seus dedos
E  Esmirilda minha neta de criação diz que ela faz caras e bocas
 Quando o padre bebe o vinho
Nem pra se conter em uma Igreja
Deus do céu esse mundo está perdido


Dona Joaquina

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Casa Vermelha


Muito políticos, muita bebida
Vestida de vermelho e falando que era ruge
Cheio de paetês
Magra e apertada
Era a melhor da cidade
Todos queriam aquilo que eu guardava
Isso fazia o meu preço subir

Hoje, flácida e cheia de pelancas
Gorda e com problema na bexiga
Conseqüências do abuso de espartilho
E aquilo que era tão lindo e apertado
Virou um mijador
 Dona Joaquina

Pão de Queijo


Pego o cigarro
Bato cinza, xinga a menina sem calcinha!
Reclamo da vizinha
Ligo pra amiga, ''cuspo'' na pia

Pega o polvilho, bota o avental
Bate a massa e chama o Anestor
O neto com jeitinho de viado que me causa tanta dor
Espera em frente ao forno
Mando ele se catar que  ta quente

Vou var a novela
Me sento rente, eis ai meu ritual sagrado
O único que me sobrou depois da morte do Padre Pelajo
Sinto o cheiro da cozinha
Tá tudo com cheiro de queimado
Abro o forno; coloco na mesa e não como nada

Dona Joaquina

domingo, 27 de março de 2011

Dona Joaquina

Dona Joaquina

Meu nome é Dona Joaquina
Que sempre morou no cruzamento da rua de Morais
Agora já larguei a cozinha
Eu ando vago pela esquinas
E mesmo sem o corpo de menina
 Eu Busco na vida mais

Eu passei tanto tempo pensando, e julgando
A todos nos antigos sarais
Agora descobri  na vida o amor
Me sinto novamente uma menina
Apaixonada por um jovem rapaz
Não critico mais os jovens dos sarais
Eu ando buscando na vida mais
E meu nome é Maria Joaquina

Maria Joaquina do Carmo